🧾 Revendedoras de veículos usados: vale a pena optar pelo Simples Nacional?

Se você tem uma empresa que compra e vende veículos usados, é hora de colocar a lupa sobre o seu regime de tributação. O Simples Nacional pode até parecer o caminho mais simples — mas será que ele realmente é o mais vantajoso para revendedoras?

A Receita Federal tem um olhar bem específico sobre esse tipo de negócio, e a escolha errada pode significar pagar mais imposto do que o necessário.

🚗 Venda de veículos usados = consignação fiscal

De acordo com a legislação, a revenda de veículos usados é equiparada a uma operação de consignação mercantil. Isso significa que, na prática, o imposto incide apenas sobre a diferença entre o valor de venda e o valor de compra do veículo — e não sobre o valor total da nota fiscal.

💡 Ou seja, a receita bruta tributável é a margem, e não o valor cheio da venda. Isso muda tudo na hora de calcular os tributos.

🔍 Como fica cada regime de tributação?

✅ Lucro Presumido

  • A Receita entende a atividade como prestação de serviços, com base de cálculo presumida de 32% sobre a margem (diferença entre o valor de venda e o custo de aquisição).
  • IRPJ: 15% sobre os 32% presumidos. Pode haver adicional de 10% se o lucro superar R$ 20 mil por mês.
  • CSLL: 9% também sobre os 32%.
  • PIS/COFINS: Cumulativo, com alíquotas de 0,65% (PIS) e 3% (COFINS) sobre a margem.

💰 É uma opção viável para empresas com margens controladas e faturamento moderado.


✅ Lucro Real

  • A base de cálculo também considera a margem, mas aqui a empresa precisa manter controle contábil rigoroso.
  • As alíquotas são as mesmas:
    • IRPJ: 15% (com adicional de 10% sobre excedente).
    • CSLL: 9%.
    • PIS/COFINS: Regime cumulativo (0,65% e 3%).

📊 Ideal para empresas com margens baixas ou que tenham muitas despesas dedutíveis.


⚠️ Simples Nacional

E agora vem o alerta: o Simples Nacional pode não ser tão simples assim para as revendedoras de veículos usados.

  • O regime tributa sobre o valor total da nota fiscal, e não apenas sobre a margem.
  • Isso gera uma distorção e um aumento expressivo na carga tributária.
  • Mesmo com faixas reduzidas para ME ou EPP, a base de cálculo cheia torna o Simples desvantajoso em muitos casos.

Além disso, há entendimentos desfavoráveis na jurisprudência e interpretações da Receita que consideram que a forma como a comissão ou margem é apurada não se enquadra bem nas regras do Simples.

💡 Então… qual é a melhor opção?

👉 Se sua empresa trabalha com margens reduzidas e tem despesas relevantes, o Lucro Real pode ser mais interessante, apesar da burocracia.

👉 Na maioria dos casos, para uma carga tributária mais justa, o Lucro Presumido costuma ser o mais vantajoso, principalmente se a sua empresa mantém uma boa margem na revenda.

❌ Já o Simples Nacional, embora sedutor pela simplificação, não costuma ser a melhor escolha para empresas que revendem veículos usados, justamente por tributar a receita cheia — o que ignora o modelo de consignação fiscal reconhecido pela própria Receita Federal.

📌 Conclusão

Antes de escolher o regime, avalie:

  • O faturamento anual da sua empresa;
  • A margem de lucro real entre compra e venda;
  • As despesas operacionais;
  • E a capacidade de manter contabilidade regular.

Uma análise contábil bem-feita pode representar milhares de reais em economia de impostos por ano.

👉 Por isso, é fundamental realizar uma análise detalhada de cada cenário antes de optar pelo regime tributário. E é exatamente nesse ponto que a Patrimone Contabilidade pode ajudar.

Com uma equipe especializada e experiência no setor automotivo, a Patrimone realiza um diagnóstico completo do seu negócio, comparando os regimes e identificando aquele que trará a menor carga tributária possível com segurança e conformidade fiscal. Se você quer pagar menos impostos sem correr riscos com o Fisco, fale com a Patrimone e descubra a melhor estratégia tributária para a sua loja de veículos.

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